terça-feira, 23 de abril de 2013

O meu primeiro jogo do Benfica na Luz



Tenho andado a adiar escrever este texto, não por preguiça, falta de vontade ou algo do género, mas sim por me faltarem as palavras para descrever os momentos que vivi, e o que eu senti. Foram tantos sentimentos que palavras nenhumas os poderão traduzir ou explicar. Aliás os sentimentos não se explicam. Já passaram mais de oito meses mas lembro-me como se tivesse sido ontem.
A partir do momento em que entrei no Colombo, onde, em dia de jogo se respira Benfica, que me senti ainda mais benfiquista do que era naquele momento. Já tinha ouvido dizer e nesse dia pude confirmar que em dia de jogo o Colombo é um mini-Estádio da Luz, com benfiquistas por toda a parte.
Não sei ao certo quanto tempo passei de pé à porta para entrar, mas foi com certeza mais de uma hora e meia. O tempo passou rápido era como se estivesse em casa, rodeada de benfiquistas, da família Benfica. Parece contraditório mas ao mesmo tempo a espera foi interminável,a ansiedade de entrar na catedral era tanta, e parecia que o tempo nunca mais passava. Sei lá era como se quisesse parar o tempo, mas ao mesmo tempo não via a hora dele passar.
Finalmente abriram as portas. E chega sem dúvidas a parte mas difícil de descrever, pela primeira vez em 20 anos de vida eu estava ali prestes a entrar na catedral, à medida que fui entrando o coração ia batendo mais forte, e finalmente eu estava ali a olhar para aquele relvado e para aquele estádio que tantas vezes vi em fotos e pela televisão. O que eu senti naquele momento não pode ser explicado, o que eu posso dizer mesmo sabendo que não descreve na totalidade aquilo que eu senti é que estava feliz, fui muito feliz naquele momento, e ao mesmo tempo tentava convencer-me que aquilo tudo não era um sonho.
Os jogadores entraram para o aquecimento, e enquanto eles aqueciam eu continuava a tentar convencer-me que eu estava mesmo ali.
O Estádio todo 'vestido' de vermelho a gritar Benfica, o voo da Vitória, todos os cachecóis no ar, o nosso Hino cantado em uníssono pelos milhares de Benfiquistas que estavam à tempo demais sem o Benfica. Arrepiou-me, fez-me feliz, fez os meus olhos brilharem.
O jogo começou e quando o Salvio marcou o 1º golo do Benfica eu saltei da cadeira, e gritei, gritei o mais alto que consegui. Gritei junto daqueles que amam o Benfica, daqueles que têm a felicidade de estar lá em todos os jogos, gritei junto daqueles que acompanham o Benfica para todo o lado, e gritei por todos os Benfiquistas que não estavam lá, gritei principalmente e especialmente por um Benfiquista, pelo homem que me ensinou a ser do Benfica e que eu tenho o privilegio de chamar de pai.
Eu sei que ele queria ter estado lá, eu queria ter estado lá com ele e sei que esse dia ainda vai chegar.
O jogo chegou ao fim e apesar do empate, eu sai da catedral feliz, não pelo resultado, mas porque fui muito feliz ali naquela noite.
Ao mesmo tempo que caminhava para fora do Estádio, eu pensava, que só queria ficar ali mais tempo, que eu queria voltar ali...
Na viagem para casa tentei convencer-me que aquilo tinha mesmo acontecido e que tudo não tinha passado de um sonho.
Em todos os momentos, a partir do momento que entrei no Colombo, tive a certeza que eu queria e tinha de voltar ali, a certeza que eu tinha que sentir tudo aquilo de novo.
Não sei quando, nem como mas eu tenho de voltar lá...
No final da noite disse ao meu irmão e ao meu primo "Foi muito fixe", como se essas três palavrinhas conseguissem descrever a imensidão do que eu senti, o meu primo respondeu "É sempre"
Eu tenho a certeza que é sempre tal como tenho a certeza que na próxima vez que lá entrar, vou sentir exactamente as mesma coisas, mesmo que já não seja a 1ª vez.
A grandeza do Benfica não se explica , só nós Benfiquistas é que sentimos.
Dia 18/8/2012 eu vivi o Benfica, eu amei o Benfica eu passei a ser ainda mais Benfiquista

AMO-TE BENFICA, SEMPRE

(Des)Acreditar

Já ouvi tantas vezes o não desistas, tens de acreditar e continuar a lutar.
E fácil falar e dizer isso quando já estiveram com ele, quando ele depois de as ver duas ou três vezes já as conhece. Quando ele vos fala, quando oferece camisolas Mas não é fácil ir vendo as vitórias das outras pessoas, e saber que comigo nunca será assim. Sou fã e não quero nada em troca apenas queria que ele soubesse que eu estou aqui, que apesar de tudo eu vou estar sempre aqui, queria poder dizer-lhe isso, olhar dentro dos olhos dele, ver o sorriso dele por alguma coisa que eu lhe dissesse, queria dar-lhe um abraço e poder desejar-lhe tudo de bom. Já imaginei tantas e tantas vezes esse momento, mas será que ele algum dia vai chegar?

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Hoje acordei com saudades....

E chorei, chorei muito, chorei como não tinha chorado no dia em que eles se foram 'embora'.
    Chorei por pena de não ter conhecido uma pessoa que está no meu coração, mas que eu infelizmente não me recordo, mas que tenho a certeza que me amou, como se ama alguém que é filho dos nossos filhos, a menina, no meio de tantos rapazes tu tiveste a tua menina e só a pudeste ver crescer durante dois anos. Mesmo sem o ter conhecido amo-o, porque amor só com amor se paga, e eu sei que ele me amava.
      Chorei deitada na cama e a única coisa que queria fazer, era levantar-me atravessar a rua, dar-te um beijo e dizer-te que te amo, como fiz tantas vezes só nunca disse que te amava. Queria sentar-me no sofá ao teu lado e conversar, conversar sobre o que se passava lá fora, o mundo que durante 9 anos tu quase não podes-te ver, queria fazer-te companhia e mostrar-te todas as fotos que tiro. Queria ficar só ali contigo eu só queria que estivesses lá....
    Chorei quando recordei as tardes de sábado ou domingo deitada no chão apenas em cima de uma saca de serapilheira, com o R e M a fazerem me rir como ainda hoje o fazem, chorei ao lembrar dos sacos de plástico que tinha sempre de trazer com água e com os "saltitões" que agora que já sei que se transformam em mosquitos. O pão com queijo, talvez tenha sido o melhor que já comi, a casa misteriosa que estava sempre trancada à chave e tantas vezes eu e eles tentamos descobrir o que estava lá dentro. As vezes que brincava em cima do muro, e vocês me diziam sempre "Tu cais daí". 
    Saudades de vocês, que continuam bem vivos no meu coração, é o que toda a gente diz, que quem morre vive no nosso coração e eu sei que isso é verdade, mas isso hoje não chegou, hoje eu queria abraçar-vos, a todos e dizer que vos amo.
    Eu apenas fui ao cemitério uma vez, talvez para vocês fosse importante que eu lá fosse mais vezes, e se fosse importante eu espero que me desculpem por não o fazer. É o sítio onde não gosto de entrar, e eu sei que vocês não estão lá, o meu coração é um melhor lugar para vocês morarem.
    Se é verdade que dizem que quem morre vai para o céu e continua lá de cima a ver-nos, então vocês sabem as vezes que as lágrimas me correm no rosto ao lembrar-me de vocês, ao pensar em como as coisas seriam diferentes se vocês estivessem aqui, vocês sabem todas as vezes que penso em vocês.
Dizem que o amor verdadeiro dura para sempre, eu confirmo que é verdade. Eu amo-vos e amar-vos-ei para sempre.
Peço desculpa e espero que me perdoem, por não ir ao cemitério e por tudo o que faço que não acham correcto, espero que me desculpem.
   Só vos tenho de agradecer, por me terem dado o melhor que tenho na vida, os meus pais, e dizer-vos que se saíram muito bem eles são os melhores pais do mundo.
  Se puderem cuidem de todos nós. Estarão sempre no meu coração.
   A saudade nunca vai passar.